O tratamento da depressão geralmente requer o uso de antidepressivos que, juntamente com a terapia psicológica, é uma das principais ferramentas disponíveis para a recuperação da doença. No entanto, ainda hoje existe uma certa rejeição e preocupação com este tipo de medicação por parte da população. É este o seu caso?

Os antidepressivos, como todos os medicamentos sujeitos a receita médica, tiveram de demonstrar a sua eficácia, segurança e tolerabilidade até serem aprovados pelas autoridades de saúde para comercialização e, uma vez comercializados, continuam a ser monitorizados para garantir a sua segurança. No entanto, continua a existir uma certa desinformação sobre eles, assim como ideias preconcebidas.

Por isso, acreditamos que estas 10 ideias-chave o ajudarão a compreender melhor a sua função e a distinguir entre o que é um antidepressivo e o que não é ou não faz um antidepressivo.

  1. Os antidepressivos não são a mesma coisa que os ansiolíticos

Os antidepressivos e os ansiolíticos – como as benzodiazepinas – são dois tipos de medicamentos diferentes. Os ansiolíticos são prescritos como tratamento sintomático para o aparecimento de ansiedade, inquietação ou dificuldade em adormecer. Os antidepressivos servem para o tratamento da depressão, podendo atuar em sintomas associados como a ansiedade e estão indicados na fase aguda e na prevenção de recaídas, durante um período de tempo prolongado.

 

  1. Não causam dependência

Os antidepressivos não causam dependência e, por conseguinte, não criam hábitos, Também não são drogas de abuso, pelo que não produzem euforia.

 

  1. Não alteram a personalidade

A função dos antidepressivos é

  • Regular o humor
  • Melhorar a apatia
  • Ajudar a ter um pensamento mais lúcido
  • Reduzir a ruminação, ou seja, a repetição inconsciente da mesma ideia vezes sem conta
  • Modular a impulsividade ou a irritabilidade

E fazem-no sem alterar a sua personalidade.

 

  1. O seu efeito não é imediato

É importante saber que o seu efeito não é imediato, para que não abandone a medicação que o seu médico lhe receitou. Pode ser necessário um pouco de paciência, mas normalmente começa a sentir-se melhor 3 a 4 semanas após o início do tratamento antidepressivo.

 

  1. O primeiro antidepressivo utilizado pode não ser o definitivo

Não existem duas depressões iguais e, por conseguinte, não existe um tratamento único. É frequente que o primeiro antidepressivo utilizado não tenha a resposta desejada. Por esse motivo, o médico pode decidir substituí-lo por outro ou acrescentar um segundo medicamento para o complementar. Em revisões posteriores, avaliarão em conjunto o resultado e se é necessário considerar outros ajustes.

 

  1. A duração do tratamento é variável e adaptada a cada pessoa

A duração do tratamento antidepressivo depende, em grande medida, da evolução dos seus sintomas depressivos e deve sempre consultar o seu médico.

Habitualmente, quando se trata do primeiro episódio depressivo, os especialistas recomendam manter o tratamento farmacológico durante 12 meses a partir da dose em que se iniciou a melhoria. Posteriormente, pode ser prolongado, consoante o risco de recaída.

Em alguns casos, em pessoas com vários episódios de depressão, o tratamento antidepressivo pode ser mantido indefinidamente, como acontece noutras doenças, como a diabetes ou a hipertensão arterial.

O objetivo é conseguir a remissão completa da depressão, evitar recaídas e recuperar a qualidade de vida que se tinha antes da doença.

 

  1. Não se recomenda o consumo de álcool ou de outras substâncias tóxicas

Tal como acontece com outros tratamentos farmacológicos, a toma simultânea de antidepressivos e de álcool pode ser prejudicial, com efeito depressor a nível do SNC.

O abuso de álcool ou o consumo de outras substâncias não é a solução para melhorar o humor. De facto, têm o efeito contrário e contribuem para outros problemas associados. Quando o efeito relaxante ou eufórico do álcool ou de outras substâncias se desvanece, os sentimentos de tristeza e desespero tornam-se mais intensos.

 

  1. Os efeitos indesejáveis mais frequentes são geralmente ligeiros e transitórios

Tal como acontece com qualquer outro medicamento, se ler o folheto informativo, verá uma lista de possíveis efeitos indesejáveis.

Os efeitos indesejáveis mais frequentes incluem

– Náuseas
– Desconforto gastrointestinal
– Boca seca
– Insónia ou sonolência

O seu médico irá selecionar a melhor alternativa para si, com base nas suas preferências, estilo de vida, idade, doenças anteriores ou atuais, alergias, intolerâncias, etc.

 

  1. Relação com o entorpecimento emocional

O entorpecimento emocional caracteriza-se por uma dificuldade ou incapacidade de experimentar e exprimir sentimentos e emoções, sejam eles positivos ou negativos. No entanto, não pode ser descrito apenas como um efeito associado à utilização de alguns antidepressivos, mas também como um sintoma da própria depressão.

 

  1. Os antidepressivos devem ser interrompidos gradualmente.

Se não causam dependência, pode estar a perguntar-se porque é que devem ser interrompidos gradualmente. O objetivo é evitar o aparecimento da “síndrome de abstinência”, que dura geralmente 24-72 horas e se caracteriza por desconforto gastrointestinal, inquietação e mal-estar geral.

 

 

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