O tratamento da depressão geralmente requer o uso de antidepressivos que, juntamente com a terapia psicológica, é uma das principais ferramentas disponíveis para a recuperação da doença. No entanto, ainda hoje existe uma certa rejeição e preocupação com este tipo de medicação por parte da população. É este o seu caso?
Os antidepressivos, como todos os medicamentos sujeitos a receita médica, tiveram de demonstrar a sua eficácia, segurança e tolerabilidade até serem aprovados pelas autoridades de saúde para comercialização e, uma vez comercializados, continuam a ser monitorizados para garantir a sua segurança. No entanto, continua a existir uma certa desinformação sobre eles, assim como ideias preconcebidas.
Por isso, acreditamos que estas 10 ideias-chave o ajudarão a compreender melhor a sua função e a distinguir entre o que é um antidepressivo e o que não é ou não faz um antidepressivo.
- Os antidepressivos não são a mesma coisa que os ansiolíticos
Os antidepressivos e os ansiolíticos – como as benzodiazepinas – são dois tipos de medicamentos diferentes. Os ansiolíticos são prescritos como tratamento sintomático para o aparecimento de ansiedade, inquietação ou dificuldade em adormecer. Os antidepressivos servem para o tratamento da depressão, podendo atuar em sintomas associados como a ansiedade e estão indicados na fase aguda e na prevenção de recaídas, durante um período de tempo prolongado.
- Não causam dependência
Os antidepressivos não causam dependência e, por conseguinte, não criam hábitos, Também não são drogas de abuso, pelo que não produzem euforia.
- Não alteram a personalidade
A função dos antidepressivos é
- Regular o humor
- Melhorar a apatia
- Ajudar a ter um pensamento mais lúcido
- Reduzir a ruminação, ou seja, a repetição inconsciente da mesma ideia vezes sem conta
- Modular a impulsividade ou a irritabilidade
E fazem-no sem alterar a sua personalidade.
- O seu efeito não é imediato
É importante saber que o seu efeito não é imediato, para que não abandone a medicação que o seu médico lhe receitou. Pode ser necessário um pouco de paciência, mas normalmente começa a sentir-se melhor 3 a 4 semanas após o início do tratamento antidepressivo.
- O primeiro antidepressivo utilizado pode não ser o definitivo
Não existem duas depressões iguais e, por conseguinte, não existe um tratamento único. É frequente que o primeiro antidepressivo utilizado não tenha a resposta desejada. Por esse motivo, o médico pode decidir substituí-lo por outro ou acrescentar um segundo medicamento para o complementar. Em revisões posteriores, avaliarão em conjunto o resultado e se é necessário considerar outros ajustes.
- A duração do tratamento é variável e adaptada a cada pessoa
A duração do tratamento antidepressivo depende, em grande medida, da evolução dos seus sintomas depressivos e deve sempre consultar o seu médico.
Habitualmente, quando se trata do primeiro episódio depressivo, os especialistas recomendam manter o tratamento farmacológico durante 12 meses a partir da dose em que se iniciou a melhoria. Posteriormente, pode ser prolongado, consoante o risco de recaída.
Em alguns casos, em pessoas com vários episódios de depressão, o tratamento antidepressivo pode ser mantido indefinidamente, como acontece noutras doenças, como a diabetes ou a hipertensão arterial.
O objetivo é conseguir a remissão completa da depressão, evitar recaídas e recuperar a qualidade de vida que se tinha antes da doença.
- Não se recomenda o consumo de álcool ou de outras substâncias tóxicas
Tal como acontece com outros tratamentos farmacológicos, a toma simultânea de antidepressivos e de álcool pode ser prejudicial, com efeito depressor a nível do SNC.
O abuso de álcool ou o consumo de outras substâncias não é a solução para melhorar o humor. De facto, têm o efeito contrário e contribuem para outros problemas associados. Quando o efeito relaxante ou eufórico do álcool ou de outras substâncias se desvanece, os sentimentos de tristeza e desespero tornam-se mais intensos.
- Os efeitos indesejáveis mais frequentes são geralmente ligeiros e transitórios
Tal como acontece com qualquer outro medicamento, se ler o folheto informativo, verá uma lista de possíveis efeitos indesejáveis.
Os efeitos indesejáveis mais frequentes incluem
– Náuseas
– Desconforto gastrointestinal
– Boca seca
– Insónia ou sonolência
O seu médico irá selecionar a melhor alternativa para si, com base nas suas preferências, estilo de vida, idade, doenças anteriores ou atuais, alergias, intolerâncias, etc.
- Relação com o entorpecimento emocional
O entorpecimento emocional caracteriza-se por uma dificuldade ou incapacidade de experimentar e exprimir sentimentos e emoções, sejam eles positivos ou negativos. No entanto, não pode ser descrito apenas como um efeito associado à utilização de alguns antidepressivos, mas também como um sintoma da própria depressão.
- Os antidepressivos devem ser interrompidos gradualmente.
Se não causam dependência, pode estar a perguntar-se porque é que devem ser interrompidos gradualmente. O objetivo é evitar o aparecimento da “síndrome de abstinência”, que dura geralmente 24-72 horas e se caracteriza por desconforto gastrointestinal, inquietação e mal-estar geral.
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